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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos desequenciação textual


Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos desequenciação textual.

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Domínio dos mecanismos de coesão textual.

Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos desequenciação textual.

Palavras como preposições, conjunções e pronomes possuem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto; garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe. Essa relação, esse entrelaçamento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual.

Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articulados entre si, estabelecento unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos.
Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do presidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Tegucigalpa”.
(Jornal O Globo – 27/09/2009)
Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe:
A escola possui um excelente time de futebol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.O conectivo “portanto” confere ao período valor de conclusão, porém não há verdadeira relação de sentido entre as duas frases: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, o problema na coesão:
É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato.
Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.O período reescrito de forma adequada, fica assim:A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato….,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…,contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…,todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
…, não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato.
A palavra texto provém do latim”textum”, que significa tecido, entrelaçamento. Expondo de forma prática, podemos dizer que texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais organizados de acordo com a lógica do autor.
Há de se convir que um texto também deve ser claro, estando essa qualidade relacionada diretamente aos elementos coesivos (ligação entre as partes).
Falar em coesão é necessariamente falar em endófora e exófora. Aquela se impõe no emprego de pronomes e expressões que se referem a elementos nominais presentes na superfície textual; esta faz remissão a um elemento fora dos limites do texto. Vejamos as principais características de cada uma delas:
  • Endófora é dividida em: anáfora e catáfora.
a) Anáfora: expressão que retoma uma ideia anteriormente expressa.
“Secretária de Educação escreve pichação com “x”. Ela justifica a gafe pela pressa”.
Observe que o pronome “Ela” retoma uma expressão já citada anteriormente – Secretária de Educação – , portanto trata-se de uma retomada por anáfora.Dica: vale lembrar que a expressão retomada (no exemplo acima representada pela porção Secretária de Educação) é, também, chamada, em provas de Concurso, de referente ideológico.
b) Catáfora: pronome ou expressão nominal que antecipa uma expressão presente em porção posterior do texto. Observe:
Só queremos isto: a aprovação!
No exemplo, o pronome “isto” só pode ser recuperado se identificarmos o termo aprovação, que aparece na porção posterior à estrutura. É, portanto, um exemplo clássico de catáfora. Vejamos outros:
Eu quero ajuda de alguém: pode ser de você.
(catáfora ou remissão catafórica)Não viu seu amigo na festa.
(catáfora ou remissão catafórica)
“A manicure Vanessa foi baleada na Tijuca. Ela levou um tiro no abdome”.
(anáfora ou remissão anafórica)
Três homens e uma mulher tentaram roubar um Xsara Picasso na Tijuca: deram 10 tiros nocarro, mas não conseguiram levá-lo. (anáfora ou remissão anafórica)
  • Exófora: a remissão é feita a algum elemento da situação comunicativa, ou seja, o referente está fora da superfície textual.
    Mecanismos de coesão: é meio pelo qual ocorre a coesão em um texto. Os principais são:
1) Coesão por substituição: consiste na colocação de um item em lugar de outro(s) elemento(s) do texto, ou até mesmo de uma oração inteira.
Ele comprou um carro. Eu também quero comprar um.
Ele comprou um carro novo e eu também.
Observe que ocorre uma redifinição, ou seja, não há identidade entre o item de referência e o item pressuposto. O que existe, na verdade, é uma nova definição nos termos: um, também. Comparemos com outro exemplo:
Comprei um carro vermelho, mas Pedro preferiu um verde.
O termo “vermelho” é o adjunto adnominal de carro. Ele é, então, o modificador dosubstantivo.
Todavia, esse termo é silenciado e, em seu lugar, faz-se presente a porção especificativa “verde”. Logo, trata-se de uma redefinição do referente.2) Coesão por elipse: ocorre quando elemento do texto é omitido em algum dos contextos em que deveria ocorrer.
-Pedro vai comprar o carro?
– Vai!
Houve a omissão dos termos Paulo (sujeito) e comprar o carro (predicado verbal), todavia essa não prejudicou nem a correção gramatical nem a clareza do texto. Exemplo clássico de coesão por elipse.
3) Coesão por Conjunção: estabelece relações significativas entre os elementos ou orações do texto, através do uso de marcadores formais – as conjunções. Essas podem exprimir valor semântico de adição, adversidade, causa, tempo…
Perdeu as forças e caiu. (adição)
Perdeu as forças, mas permaneceu firme. (adversidade)
Perdeu as forças, porque não se alimentou. (causa)
Perdeu as forças, quando soube a verdade. (tempo)
Observe que todas as relações de sentido estabelecidas entre as duas porções textuais são feitas por meio dos conectores: e, mas, porque, quando.
4) Coesão Lexical: é obtida pela seleção vocabular. Tal mecanismo é garantido por dois tipos de procedimentos:
a)Reiteração: ocorre por repetição do mesmo item lexical ou através de hiperônimos, sinônimos ou nomes genéricos.
O aluno estava nervoso. O aluno havia sido assaltado. (repetição do mesmo item lexical)Uma menina desapareceu. A garota estava envolvida com drogas.
(coesão resultante do uso de sinônimo)Havia muitas ferramentas espalhadas, mas só precisava achar o martelo.
(coesão por hiperônimo: ferramentas é o gênero de que martelo é a espécie)
Todos ouviram um barulho atrás da porta. Abriram-na e viram uma coisa em cima da mesa.
(coesão resultante de um nome genérico)
Observação: nos exemplos acima, observamos que retomar um referente por meio de uma expressão genérica ou por hiperônimo é um recurso natural de um texto.
Muitos estudantes de concursos ou vestibulares perguntam se é errado repetir palavras em suas redações. A resposta é simples: se houver, na repetição, finalidade enfática você não será penalizado.
Todavia, a escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, levando-se em consideração a articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se deseja obter.
b)Coesão por colocação ou contiguidade: consiste no uso de termos pertencentes a um mesmo campo semântico.
Houve um grande evento nas areias de Copacabana, no último dia 02.
O motivo da festa foi este: o Rio sediará as olimpíadas de 2016.

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