Aprovados dão dicas de como passar no concurso do TST
A seleção será para técnicos e analistas judiciários, com salários que vão de R$ 6.617 a R$ 10.119, com gratificações
07/08/2017 12:02 | Atualização: 08/08/2017 16:24
Lorena Pacheco / Camila Bairros*/
Toda a preparação é pouca quando o
assunto é o novo concurso público do Tribunal Superior do Trabalho
(TST). Afinal, nenhum concurseiro dispensaria a chance de trabalhar no
órgão máximo da Justiça trabalhista brasileira. Atrativos não faltam.
Apesar do número de vagas ainda não ser conhecido, sabe-se que será uma
seleção para técnicos e analistas judiciários, com salários que vão de
R$ 6.617 a R$ 10.119, com gratificações. Mas, para vencer a
concorrência, são necessárias dicas de quem realmente sabe o que está
falando. Com a palavra, os aprovados.
O
último certame, realizado em 2012, registrou 76.811 candidatos
inscritos para 37 vagas. Ou seja, 2.075 pessoas por posto de trabalho.
Vinicius de Aguiar Morete passou em terceiro lugar para o cargo de
técnico judiciário, da área administrativa do tribunal. Ele veio de São
Paulo só para prestar o concurso e, após ser aprovado, acabou ficando.
Formado em administração, antes de decidir trabalhar no serviço público,
o servidor costumava ajudar o pai no supermercado da família,
entregando mercadorias e auxiliando no atendimento.
Incentivos
Depois,
após incentivo familiar, ele engrenou no mundo dos concursos e, antes
do TST, era servidor da prefeitura de São José do Rio Preto (SP). “Para o
concurso do TST, estudei só pelo tempo de lançamento do edital, uns
três ou quatro meses, mas já tinha uma bagagem por ter sido aprovado em
outros processos seletivos. Quando passei, acabei vindo morar em
Brasília sozinho, depois, acabei me casando e trouxe minha esposa pra
morar aqui comigo”, conta.
Ele relembra
que, para ser aprovado, sua rotina era estudar cerca de quatro horas
após chegar do trabalho e dedicar mais uma hora só para a resolução de
exercícios. “Eu andava com material no bolso, anotações, e, sempre que
tinha um tempinho, parava e estudava as matérias básicas. Até o
lançamento do edital, quando passei a focar mais nas disciplinas
específicas do cargo”, afirma.
Guilherme de
Castro, por sua vez, é jornalista e trabalhava na iniciativa privada
quando resolveu prestar o concurso do TST para o cargo de técnico, na
área administrativa. Ele passou na 177º posição, após dois anos de
preparação. Ficou no cadastro de reserva, e é prova viva de que o órgão
vai bem além das vagas imediatas oferecidas no edital. Nesse meio tempo,
com a demora da nomeação, o jornalista fez todos os concursos de
tribunais regionais que estavam abertos na época, para Pernambuco, Rio
de Janeiro e Paraná. “Acompanhava diariamente o Diário Oficial da União
para ver se alguém tinha se aposentado, se havia nomeação. Sempre ficava
de olho também nos cargos da área administrativa que estavam
vazios”,diz.
A escolha pelo TST foi feita para
ficar próximo da família. “Minha mãe e meu irmão são servidores, eles
sempre me incentivaram muito. A primeira dica de curso que recebi foi do
meu irmão. Me disse para estudar direito constitucional”, conta.
Dicas de sucesso
A
recomendação do servidor Bruno Medeiros é manter uma rotina diária de
estudos das matérias básicas, como direito constitucional,
administrativo e português, e fazer exercícios específicos da banca para
fixar o conteúdo logo após as leituras. “Não adianta saber todo o
conteúdo se você não conhece o estilo da prova, principalmente para os
concursandos de Brasília, que estão mais acostumados com o Cebraspe. A
Fundação Carlos Chagas tem um estilo de prova muito diferente, é preciso
reaprender a fazer as questões”, aconselha.
Estudos em casa
Frequentar
cursinhos nem sempre é a melhor opção para os concurseiros “Percebi que
rendia mais estudando sozinho, cerca de sete horas diárias. Eu lia
muito e fazia muitos exercícios. Usei as duas últimas semanas para
revisar todo o conteúdo. Eu tinha um caderno no qual compilava resumos,
detalhes importantes, prazos e erros que cometi fazendo questões da
banca, e passei os últimos dias lendo e relendo esse caderno”, diz Bruno
Medeiros.
Reforma em debate
No concurso para o
Tribunal Superior do Trabalho (TST), dominar as disciplinas de direito
do trabalho e direto processual do trabalho é obrigação de todo
candidato, independentemente do cargo escolhido. É o que afirma o
professor Leandro Alencar, do Gran Cursos Online. Segundo o
especialista, direito material, princípios, contrato de trabalho,
rescisão do contrato, interrupção e suspensão do trabalho são itens que
devem ser cobrados, certamente. Mas o que tem deixado os concurseiros de
cabelo em pé é a reforma trabalhista, aprovada recentemente pelo
Congresso Nacional.
Conhecer o texto da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), antes e depois da reforma, é
essencial, aponta Alencar. Conforme ele, a demora para publicação do
edital se deve em razão da mudança do regimento interno do TST e das
alterações na legislação. O especialista ressalta que é bem provável que
o concurso cobre a nova CLT, até porque o servidor que for entrar no
órgão vai ter que lidar com julgamento de casos trabalhistas com as
alterações já vigentes. “O que o aluno já precisa saber são itens
importantes ,como jornada de trabalho, compensação de horas e contratos.
Aprender as diferenças de como era e como ficou também é essencial para
não cair nas possíveis pegadinhas da banca, que pode confundir a cabeça
dos concorrentes desatentos ao misturar indiretamente as duas versões,
em um enunciado não tão explícito”, alerta.
Cuidados
Mas
não é tão simples assim. O professor acentua que existem diversos
dispositivos da reforma que contrariam totalmente as súmulas do TST, que
também são cobradas nas provas. “É complicado. Tudo vai depender do que
for estabelecido pelo edital, por isso, ele é tão aguardado. O conteúdo
cobrado pela Fundação Carlos Chagas (FCC) varia muito. Assim, se o
candidato quer mesmo estar preparado para tudo, deve ter a lei seca na
ponta da língua, dominar a jurisprudência e as súmulas do TST e se
estender um pouco mais, até as súmulas trabalhistas vinculantes do STF”,
explica.
Como a disciplina é a essência do
órgão, certamente será a mais exigida dos concurseiros. “A prova deve
cobrar cerca de 20 questões de direito do trabalho e direito processual
do trabalho, cada uma com cinco itens para serem julgados, ou seja,
serão 100 sentenças”, ressalta Alencar. Quanto à redação, que será
cobrada tanto para cargos de nível superior quanto para médio, o
professor aposta em estudo de caso ou questão para analistas e redação
discursiva para técnicos. “Um tema que tem bastante chance de ser
cobrado é a discussão sobre a predominância do acordo negociado entre
patrão e empregado (sindicatos) sobre o que é legislado, o que está dito
na lei”, diz.
*Estagiária sob supervisão de Vicente Nunes
Para dar um gostinho
Conheça abaixo imagens do prédio do TST. Você já consegue se ver trabalhando aí todos os dias?*Estagiária sob supervisão de Vicente Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário